Para não ficar parada

Paris é uma palavra mágica.
Ela tem uma capacidade enorme de encantar as pessoas.
A cidade é bonita e iluminada. Realmente, cidade luz. A Prefeitura de Paris capricha na iluminação. Como não se encantar com a Torre Eiffell piscando, ou com a imponência do Arco do Triunfo, ou as pontes iluminadas, ou com a beira do Sena e as ruelas com a iluminação meio amarelada que deixa tudo mais romântico. Mesmo quando chove, o asfalto molhado reflete as luzes dos semáforos, (e como tem semáforo na cidade!) e fica tudo lindo, piscando, como uma Broadway. Adoro isso!

É uma cidade para namorados. Suas pontes, suas vielas, ruelas, jardins, bares com suas mesinhas apertadas, deixando os casais coladinhos. Tudo leva ao romance. É impressionante como vemos casais tirando selfies nos mais diversos ângulos, nas mais diversas paisagens.


 A boemia dos bares de Montmartre, que já foi tantas vezes escrita, descrita, filmada, pintada em tantos quadros. Bares, bistrots, músicos tocando nas ruas, pintores na Place du Tertre, com suas caricaturas. A boemia está em cada esquina deste bairro e logo ali embaixo, nas ruas de Pigalle, as dançarinas de “Can-Can” do Moulin Rouge, imortalizadas na cultura francesa. Será que já não viraram patrimônio histórico?

A cidade inspira e expira cultura! Seus museus, suas exposições, suas bibliotecas e livrarias. Quase todo o dia tem uma exposição nova começando, um livro ou filme sendo lançado, um novo concerto, uma nova peça de teatro. É quase humanamente impossível acompanhar toda a atividade cultural da cidade.

Berço do sentimento socialista, até mesmo pela sua mentalidade política de “Liberté, égalité, fraternité”. Quem não admira François Mitterand? Como não se curvar ao movimento “Je suis Charlie”, ou ao movimento dos estudantes de 68, e tantos outros que colocaram e ainda colocam milhares de pessoas nas ruas!

Quantos e quantos intelectuais passaram pela cidade e pelas suas universidades ou pelas “Grandes Escolas”. A cidade inspira o livre pensar e dá uma vontade danada de devorar todos os livros das livrarias e bibliotecas. Parece que os grandes bustos das personalidades saem dos seus pedestais e se misturam aos nossos sonhos, aos nossos passos, a nossa vida, saem dos livros e sentam conosco nos bares, nos restaurantes, nos bancos dos jardins.







Em cada esquina a gente encontra as mais lindas, coloridas e tentadoras vitrines recheadas de doces. Tortas, bombas, macarrons, mil folhas, choux, e tantos outros. Os mais diversos estão lá, a nossa disposição. Tortas de todos os sabores: framboesa, morango, pera, maçã. As lojas são das mais elegantes e sofisticadas, às mais simples, como as da esquina, onde compramos o pão. Tudo é uma delícia. Não sei qual o segredo, só sei que são irresistíveis.

Os meus maiores pecados: o pão, queijo e o vinho. Na verdade tudo o que leva leite nesta terra é maravilhoso. O queijo, o “fromage blac”, o iogurte, o chantilly. Como não se maravilhar com os mais diversos sabores dos mais de 200 tipos de queijo. A farinha de trigo do francês é definitivamente diferente das outras do mundo. E o vinho mundialmente famoso dispensa apresentação. Que delícia uma bela taça de um bom Bourgogne ou Bordeaux!  

Paris é uma palavra mágica. Ela tem uma capacidade enorme de encantar as pessoas, porque lembra sofisticação e luxo, sexo e romance, luz e brilho, cultura e intelectualidade, doces e vinhos, boa gastronomia e justiça social.

Existem milhares de blogs sobre tudo isso de Paris, o que está na moda, o último lançamento da Chanel, as exposições, os restaurantes mais badalados, o novo “point” da cidade, enfim, é uma cidade onde não falta notícia.

O que eu quero aqui é contar um pouco do meu dia-a-dia. Pois nem tudo é só brilho, nem tudo é só sofisticação.


Quero ficar mais próxima de todas as pessoas que me perguntam como está a vida por aqui. Contar um pouco da rotina em Paris. Morei aqui quando tinha 20 poucos anos e volto agora aos 50. 

Mais conhecimento, mais experiência, mas também muita descoberta e uma vontade louca de não ficar parada!   

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