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A Catedral

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No inverno, cedo, quando a rua ainda estava escura, eu ia até o ponto de ônibus para pegar o 21. Sempre era mais demorado do que o RER, mas andar de ônibus e ir observando a cidade é muito mais agradável. Assim que o motorista abre a porta, entro e sento na janela para ir aproveitando a paisagem. O trajeto é ótimo. Sai da Cité Universitaire e vai descendo pela Amiral Mouchez, passando pelo simpático bairro 14ème. Paisagem absolutamente não turística. Pessoas e comércio “normais’, sem aquele “glamour’ que as pessoas sentem ao ver a bela Paris.  Mesmo assim, eu gosto. Fico observando aquele entra e sai de gente. No ponto da Glacière muita gente sai para pegar o Metrô, a linha 6. Paris acorda tarde. O trânsito ainda não está impossível. O ônibus vai tranquilo e só disputa a sua faixa com os ciclistas matutinos.  Chegamos ao 6ème. Adoro esse bairro!  Não desço logo do ônibus. Sigo adiante. Passamos pelo Luxemburgo. Ali sempre desce também muita gente.

Tchau Paris

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Agora que eu já consigo pronunciar “oignon” de maneira que qualquer feirante me entenda, Agora que eu já consigo discutir com “garçon” francês e até escolher lugar em restaurante, Agora que eu renovei as minhas carteirinhas dos Museus Orsay e Louvre, Agora que eu já não me perco entre as ruas Cherche Midi, St. Placide, Vieux Colombier, Bonaparte... Agora que eu não confundo mais St. Sulpice com St. Placide, Agora que eu reaprendi a cozinhar,😅😅😅 Agora que eu já decorei os dias em que as padarias perto de casa fecham, Agora que eu já sei a diferença entre baguette e “tradi”, Agora que eu já entendi o que é café, brasserie, bistrot, Agora que estamos com o nosso título de séjour na mão, Agora que descobri os encantos da Rive Droite, apesar de continuar preferindo a Rive Gauche, Agora que a Sorbonne, a Science Po, as artes e a literatura estão mais próximas, Agora que consegui uma porta decente para o box, Agora que já sei direitinho o caminho dos ônib

De volta a Berlim

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Há mais de 30 anos, quando ainda existia o muro, fomos a Berlim. Ultrapassamos a barreira curiosos com a parte oriental. Logo encontramos dois berlinenses dispostos a nos falar sobre a cidade. Eles nos levaram para uma visita à cidade e depois a um restaurante. Infelizmente, não me lembro do menu (naquela época eu era bem menos gourmet). Um deles, lembro-me bem do seu nome, o Mathias, era colecionador de selos. Prometi que o escreveria quando voltasse ao Brasil para que ele, assim, tivesse acesso aos selos brasileiros. Por um tempo até que trocamos correspondências, mas com o passar dos anos, perdemos o contato. Quando contamos essa história para amigos alemães, eles foram taxativos: “eram agentes”. Bom, adoro um filme de espionagem....mas eles não me pareciam agentes. Devo ter foto deles em algum lugar. Vou até ver de novo! Voltamos a Berlim agora em agosto, curiosos com as mudanças ocorridas. O que vi foi que o muro caiu, mas continua sendo a grande vedete. Em vári

Verão em Paris

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Há quem diga que o verão em Paris não é bom. Um dos motivos desta afirmação é que a melhor sorveteria de Paris – Berthillon  – fica fechada. Exato, ela fecha. No entanto, existem mil outros cafés e bares e sorveterias que vendem os famosos sorvetes. Assim como existem diversos outros pontos de sorveterias que valem a pena ser descobertos. Já passei vários verões aqui em Paris e nunca me decepcionei, nem senti falta de nada. Este verão está sendo um tanto quanto sofrido para os que não gostam de calor, como eu. A tal da “canicule” que é o fenômeno que eles chamam aqui para essa onda de calor, parece que parou em Paris durante todo este mês de agosto. A sensação ainda piora com as notícias alarmantes dos jornais sobre a “canicule” de 2003. O número de mortes foi tão alto – 20 mil – que a Prefeitura não tinha onde armazenar os corpos para identificação. As atenções se voltam especialmente para os idosos. Eles ligam para as casas das pessoas para lembrá-las de beber água, p