Porque três curiosos


Outro dia, alguém me perguntou o por quê do título de três curiosos. É simples, a curiosidade é jovem! As crianças não se contentam com o que está apenas na frente dos seus olhos. São curiosas, são instigantes, são inquietas.



Acho isso ótimo. Os netos nos fazem mais jovens. Em todos os sentidos. Somos obrigados a nos curvar, a sentar no chão, a fazer força para colocá-los no colo. Provamos das batatas fritas, mesmo se a nossa dieta não nos permite. Rimos das suas gargalhadas!



Um dos programas prediletos deles foi exatamente ficar na casa dos avós. Para nossa sorte, aqui em Paris, moramos num grande bosque – a Cité Universitaire. O espaço é grande, o que permite andar para cima e para baixo de patinete, correr, pular, soltar toda a energia que uma criança tem. Aliás, o patinete foi uma grande sacada. Quando tínhamos vindo a Paris, há anos atrás, com os nossos filhos, o nosso, então, pequeno Felipe, se divertiu muito pelas ruas de Paris com o brinquedo.


As crianças gostam de ficar em casa e é gostoso ficar em casa com elas. Ver as carinhas prestando atenção nas histórias que o avô conta é tão reconfortante quanto um chocolate quente num dia de inverno. São carinhas curiosas que, atentivamente, questionam e, muitas vezes, querem se antecipar ao final da história.


Sim, nossos três curiosos, nos obrigam a ser criativos! Eles não têm medo do questionamento, da novidade. E, assim, nos obrigam a estar atentos. O jogo da memória com eles é desafiador. Tinha que ter muito foco para não perder de muito...porque perder, eu sempre perdia...


Ter os três curiosos com a gente aqui foi enriquecedor. Foi voltar à infância, foi sentir o cheiro de uma flor, foi procurar gravetos, foi correr na grama, foi sentir o coração bater forte de alegria desde o café da manhã. Foi comer “pain au chocolat”, iogurte com muita geléia de morango (e põe muita nisso), foi se lambuzar de manteiga, foi ver sorrisos lindos e cabelos despenteados cruzando a porta da cozinha, logo cedo.


Ir à Disney, subir na Torre Eiffel, correr atrás dos patinetes na Champs Elysées, segurar as mãozinhas com força nas ruas movimentadas de Paris, inventar histórias, comprar todos os tipos de pão (descobrimos um com gotas de caramelo!) e croissants. 

Se encantar com as cores das “águas vivas”, ficar trocando de lugar dentro do ônibus só para ficar ao lado deles, sentar no chão quando chega o cansaço. Enfim, momentos que fizeram de Paris uma cidade ainda mais linda e mais colorida. Vimos uma Paris por um ângulo diferente, através dos olhos dos nossos três netos.


Se eu recomendo criança em Paris? 


Sim, claro! 

Não será a mesma dos cartões postais. 

Mas será igualmente linda e muito divertida!


Fica a dica!


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