Olga e Picasso


Não conhecia Olga Picasso. Uma bailarina fisgada por Picasso e que se tornou sua esposa.





Logo no começo da exposição, no Museu Picasso, vemos um trecho das palavras ditas no seu casamento: “Nous sommes soussignés Olga Khokhlova et Pablo Picasso (sic) de vivre jusqu’a la mort en paix et amour. Celui qui cassera ce contrat será condamné à mort”. Meio trágico! Mas isso me deu ainda mais curiosidade sobre a exposição.


Em 1921, Picasso já era rico e famoso. A mãe de Olga escreve da Rússia, dizendo que finalmente ia conseguir ver os quadros do marido da sua filha.





Os quadros de Olga sempre trazem uma certa melancolia e tristeza no olhar, ao contrário das suas fotos antes do casamento, nas quais aparece ainda bem jovem, com todo o resplendor das bailarinas.





Ainda com Olga em casa, Picasso começa um romance com Marie Thérèse, de apenas 17 anos. E aí, fico pensando na quebra do contrato e em quem foi condenado à morte... 



Mais tarde, quando o casamento começa a desabar, os quadros são mais agressivos. Olga começa a aparecer com dentes grandes e as cores são mais fortes. O famoso “Baiser” é uma demonstração do que tinha se transformado a relação dos dois.

Gosto de ver o artista além da sua obra. Suas loucuras, seus amores, suas casas, seu modo de vida. Em determinada parte da exposição, vemos filmes e fotos da vida de Picasso. Adoro vê-lo em sua intimidade. Picasso adorava uma bermuda frouxa e curta! E não sei como, com esse estilo, conseguia ser um “conquistador”!

No museu, tranquilidade. Bacana ver as crianças, ou com seus pais ou em uma excursão, provavelmente com a professora. Em dado momento uma menina, de uns 7/10 anos, senta no chão e começa a desenhar no seu caderninho. Duas moças próximas também rabiscam em seus bloquinhos.
Mas não só de crianças vive um museu. Alguns idosos também circulavam.

Um casal de idosos me chamou a atenção. Enquanto as crianças eram disciplinadas, os velhinhos falavam alto, faziam comentários engraçados, apontavam para os quadros. Estavam se divertindo! Em dado momento, o celular do senhor toca…e ele, bem à vontade, atende falando alto, como se não tivesse ninguém escutando. Comenta, talvez com sua filha, sobre as múltiplas casas do Picasso. E eu, ali em pé, atenta à conversa!

Mas logo me pego olhando na direção de um dos meus quadros prediletos – Deux femmes courant sur la plage (La course). Acho lindo e me passa uma deliciosa sensação de liberdade.


Acabo me distraindo com uma mãe, que chamava a atenção do seu filho. O menino insistia em ficar encostado na parede ao lado de um quadro. Eu fico ali esperando para ver no que vai dar. A mãe falando, falando, sem adiantar nada. Logo chegam dois seguranças e encaram o menino. Sem nem precisar falar nada! Só olharam e o menino saiu rapidinho do canto da parede. Isso é que é autoridade!




Enfim, o Museu Picasso é sempre muito interessante e agradável. Uma bela casa, uma coleção maravilhosa e uma história de amor.

Vale demais!

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