As bicicletas
O sistema de transporte parisiense
é incrível. Tudo funciona muito bem: metro, RER, tramway, bicicleta.
As bicicletas valem por si só uma
história.
A bicicleta faz parte da rotina
dos franceses há muito tempo! Não é raro um filme francês, ou um livro, em que
as personagens circulam em suas bicicletas.
Invenção francesa, criada em 1818, chamada de “cavalinho-de-pau”. A primeira fábrica de bicicletas foi na França, Companhia Michaux, em 1875.
Quando moramos em Grenoble, de
1984 a 1986, tivemos uma bicicleta. Cidade universitária, toda rodeada de
ciclovias. Já naquela época eu me maravilhava vendo as vovozinhas pedalando,
corajosamente, entre carros e ônibus. Sinceramente, eu acho isso um exemplo de
civilidade!
Andar de bicicleta, por aqui, é
uma delícia e seguro. Existe sinalização por toda a cidade. E, mais do que
isso, existe respeito dos carros e dos ônibus pelos ciclistas. Nas ciclovias,
muitas vezes, tem sinal de trânsito, iguais aos das vias para os carros.
Além do
mais, temos, ao mesmo tempo, as vantagens dos pedestres e dos motoristas. Quando
fica difícil de circular de bicicleta, basta passarmos para as calçadas e
viramos pedestres, assim tipo “transformers”.
É um ótimo meio de transporte.
Temos percebido que, nos últimos anos, os parisienses estão utilizando o sistema mais a
cada dia. É uma ótima maneira de fugir dos engarrafamentos, inclusive! Vemos as pessoas indo para o trabalho, fazendo compras e, até mesmo,
levando crianças para a escola, nas cadeirinhas adaptadas.
Sem dúvida, uma ótima maneira de
locomoção e também uma excelente maneira de fazer turismo. Para os turistas, recomendo
especialmente, as ciclovias que beiram o rio Sena, tanto de um lado, quanto do outro,
que são verdadeiras “autoestradas”.
Circulamos sem preocupação.
A única concorrência é com os “tuc-tuc”.
Podemos começar próximo à Notre
Dame. Não é uma ciclovia exclusiva, temos que dividir o espaço com carros e ônibus. Mas não se amedronte. Dá certo!
Mais adiante, temos uma ótima ciclovia. Só dividimos o espaço com os pedestres. E vamos indo. Logo vemos a linda “École de Beaux Arts” e o maravilhoso “Musée
d’Orsay”. Como é dia de pedal, nada de entrar para ver os impressionistas. Deixe isso para um dia de chuva!
Passamos próximo da Assembleia Nacional e seguimos até os “Invalides”.
E, margeando o Rio Sena, vamos até a grande dama – Torre Eiffel. Se quiser aproveitar, dê uma
passeada pelo Champs de Mars. É um lugar lindo.
Voltando pela “Rive Droite”,
temos uma grande, larga e arborizada ciclovia. Uma grande alameda. Linda!
Aproveite para apreciar o “Palais de
Tokyo”, que além de ter uma bela arquitetura, sempre tem ótimas exposições Mais adiante um pouco, a bela casa que é a
Embaixada do Brasil. Continuando pela ciclovia, chegamos na “Pont d’Alma”, onde
tem o famoso Monumento Chama da Liberdade. A escultura, que é uma réplica da
chama da estátua da Liberdade de Nova Yorque, foi presente dos Estados Unidos para
a França. E, na verdade, só ficou famoso porque, como fica perto do Túnel d’Alma, local do acidente da Lady Diana, os
visitantes passaram a fazer do monumento um local de homenagem à querida
princesa.
Seguindo em frente, podemos apreciar dois ícones da Exposição Universal de 1900, o “Grand Palais”
e “Petit Palais”. Os dois são sempre bons lugares para exposições. O Grand Palais, para grandes eventos, além de exposições, como desfiles e Feiras. Já no Petit Palais que, por si só já vale demais a visita, acontecem pequenas exposições. Digo pequenas, pelo ambiente, mas grande pelo conteúdo. Recentemente, fomos à exposição "Les Hollandais à Paris". Simplesmente sensacional!
Continuando a nossa pedalada: chegando na “Place de La Concorde”, recomendo que atravessem pelas laterais, junto com os pedestres, para fugir da confusão dos carros.
Continuando a nossa pedalada: chegando na “Place de La Concorde”, recomendo que atravessem pelas laterais, junto com os pedestres, para fugir da confusão dos carros.
Aí a ciclovia já começa a dividir novamente o espaço com os ônibus. Isso acontece em vários trechos pela cidade. Não se
importe, eles vão pacientemente atrás. Fico imaginando como seria no Rio de
Janeiro.
Vamos indo, de um lado o rio Sena, do outro,
o “Jardin de Tuilerie”. Logo depois, o Louvre. Se já estiver cansado, atrás do “Hotel
de Ville”, tem uma estação de bicicletas, onde, normalmente, tem vaga. Se não
tiver, um pouco mais adiante, na Rue Saint Paul, é um local quase certo de
estação com vagas.
É um passeio bem gostoso. Vale a
pena dar umas paradinhas e apreciar as lindas pontes de Paris, como a Ponte Alexandre
III, Ponte Neuf, Ponte des Arts, cada uma no seu estilo. Ou ainda a linda
arquitetura da Conciergerie e tantos outros lugares incríveis que margeiam o rio
Sena.
Adotamos o novo meio de
transporte nas nossas vidas. Além de agradável, rápido e seguro, ainda tem a
vantagem de valer como exercício.
Compramos nossas bicicletas.
Mas,
se existe segurança no trânsito, ainda não tenho segurança para deixá-las
e entrar num supermercado para fazer compras, por exemplo. Usamos as nossas
para passear pela cidade. O que fazemos, no máximo, é estacioná-las com
cadeados perto de um bistrot para tomarmos um café ou um drinque. Nada muito demorado.
Para as compras, ou para irmos a
algum lugar onde precisamos deixar as bicicletas do lado de fora, utilizamos as
do sistema VELIB.
As VELIB são bicicletas à disposição da população em
estações espalhadas pela cidade. E, vejam bem, com cestinhas, que nos permitem
colocar a bolsa, possíveis compras, ou aquela “baguette” fresquinha.
O sistema é bem simples. Fazemos
uma carteirinha – VELIB, pagando uma mensalidade no cartão de crédito. É só
passar a carteirinha numa das estações que a bicicleta é liberada. Pode-se
andar por meia hora, no plano que escolhemos. Se passar desse período, paga-se
um pouco mais, no cartão cadastrado.
Existem vários planos para aderir
ao VELIB: para jovens, para usuários frequentes, planos de 1 a 7 dias, enfim, o
ideal é entrar no site e ver o que mais lhe convém.
É importante baixar no celular o seu aplicativo, que mostra os lugares onde tem bicicletas e onde tem vaga para bicicleta. Isso é importante , principalmente nos pontos mais turísticos.
Às vezes, ele não está
muito atualizado, mas ajuda bastante.
As VELIB estão sendo remodeladas.
As estações por Paris estão quase todas em obras. Dizem que até o final do mês
de março estarão todas prontas. Estou aguardando com ansiedade. As novidades
são boas. Por exemplo, na sua nova versão, não é mais necessário chegar à
exaustão procurando uma estação vazia para deixar a bicicleta. É possível
deixar a bicicleta em qualquer estação, ao lado de outra, desde que
devidamente travada. Outra novidade é a opção da bicicleta elétrica (ah, essa não vai valer como exercício!).
O site é muito bom, tem todas as
explicações em tutoriais de como fazer passo a passo.
No final do ano passado,
apareceram outras bicicletas que não são as VELIB. São coloridas e de empresas
diferentes. Remarquei especialmente as GOBEE BIKE. São verdinhas, também com
cestinhas e me pareceram bem leves. Elas, diferentemente das VELIB, não tem lugares específicos para estacionar. Elas são deixadas livremente pela cidade e podem ser
localizadas pelo seu aplicativo. O pagamento pode ser feito também por cartão
de crédito. Soube, por esses dias, que já estão sendo retiradas do mercado,
pelo alto número de bicicletas depredadas.
Sendo VELIB ou qualquer outra,
recomendo fortemente andar de bicicleta por Paris. Agora no inverno é mais
complicado, por causa do frio. Mas é um ótimo meio de transporte e de passeio.
Para quem quiser se aventurar, boas pedaladas!
Fica a dica!
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