Fête de la musique – quando a vida tem trilha sonora.

A festa da música é uma festa. Ou então é faça música.
Na verdade, as duas coisas acontecem no dia 21 de junho na França.
Com o início do verão, a festa fica ainda maior.
E, para completar, dia de jogo da Copa do Mundo.
Ou seja, quase um carnaval!


A Festa da música, realizada sempre no dia 21 de junho, solstício de verão, foi criada na época do Jack Lang, Ministro da Cultura da França, em 1982. A ideia inicial, há quem diga, foi de um músico americano, Joel Cohen, que tinha um programa numa rádio francesa, que tocava música durante toda a noite, chamado “Saturnales de la Musique”.

A proposta do Ministro Jack Lang foi então de se ter um dia especial para fazer música, ou para a festa da música. A pronúncia em francês, seja da Fête de la Musique (festa da música) ou Faites de la Musique (faça música) é bem parecida, o que dá o duplo sentido da data.
Na época, o Ministro confessou que ficou na dúvida se daria certo. Mas o sucesso foi imediato. E logo a ideia se expandiu internacionalmente.
Permitam-me um “parêntese político”: do que não é capaz um bom Ministro!
Continuando, a festa tem uma vasta programação e faz parte dos eventos do calendário oficial da França como uma das mais importantes manifestações culturais do país.
A maioria é de músicos amadores, como era a ideia inicial mas, com o sucesso, existe também uma grande programação com músicos profissionais e temos visto também muitos DJs.
Faz-se música em todos os lugares.

Os grupos se acomodam nas esquinas, nas calçadas dos Cafés e Restaurantes, nos parques e nos jardins, por toda a cidade. Inclusive, existem apresentações até em lugares como salas de teatro ou museus. Vale lembrar que todos os shows são gratuitos.
Gosto mesmo é da música que toca na rua. A gente anda pela cidade e vai encontrando todo o tipo de grupo musical.

Tem grupo de jovens, que cantam baladas do momento. Outros mais ousados, que mais parecem uma banda de carnaval. Existem ainda aqueles grupos de vovôs, que se agarram na guitarra com um iPad na frente com as cifras em letras grandes e mandam ver. Ou ainda, uma batida mais americana, um jazz, na frente de um restaurante. Há os que tocam, no meio de tudo isso, uma música clássica no seu violino. Há espaço também para os DJs e suas músicas eletrônicas. Até o Palácio do Elysée abriu suas portas para a Festa da Música.

Tem mesmo de tudo. E é aí que está a graça, a diversidade da música, dos músicos e ainda a possibilidade de se tocar para um público bem eclético.


As pessoas se divertem. Dançam em pares, em rodas, ou sozinhos. Batem palmas (estrangeiro adora bater palma acompanhando uma música, não é?). As moças ensaiam uns passinhos e uns rebolados, que, cá entre nós...bem, deixa prá lá...Tem também os mais afoitos, que bebem um pouco demais e acabam ficando um tanto quanto inconvenientes. Mas é quase, como eu já disse, um clima de carnaval. Tudo é possível, ninguém reclama, nem acha ruim.

Juntou -se a tudo isso o clima de copa do Mundo. Os bares lotados, muita gente de pé do lado de fora curtindo a música e o jogo passando lá dentro na televisão, ou mesmo em telões. Paris está completamente dominada pelo futebol. Cafés e bares todos enfeitados para os jogos. A empolgação é grande.


A festa da música vai até tarde. Os transportes públicos funcionam durante toda a noite. É realmente um dia que eu adoro por aqui! Vale a pena sentar num bar, pedir uma garrafa de vinho e ver o movimento.

Com esse clima de festa e as ruas animadas, é muito gostoso andar pela cidade. É música por todo o lado. Dá aquela sensação gostosa de que a vida tem trilha sonora.






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