Pizza

Recebi um WhatsApp da minha amiga Ana Flávia, muito simpático, dizendo que estava sentindo falta da gente na Pizzaria Valentina, onde íamos todos os domingos quando estávamos em Brasília.

Realmente, o final das noites de domingo, era na Valentina. Todos já sabiam, família e amigos. Quem quisesse se juntar a nós, podia vir que estaríamos lá. Era fácil, pois íamos a pé. Coisa rara em Brasília.

Respondi para a Ana que ainda não achamos nenhuma pizza tão boa por aqui.

E, é verdade.

Adoro pizza. Aos domingos, independente da hora que eu tenha almoçado, do menu, ou da quantidade, eu, a partir das 19h00, já estou pronta esperando pela pizza.

Li outro dia um artigo bem interessante que agora não me lembro de quem, sobre “a pizza de domingo”. Segundo o autor, a pizza representa todas as coisas das quais teremos que abdicar no resto da semana.  O domingo à noite é o último momento do final de semana para nos deixarmos levar pelas nossas vontades, seja de comida, ou de outra coisa qualquer.

Com o início da semana, vem a dieta e provavelmente outras restrições.

Gostei muito da ideia do artigo. De qualquer maneira, seja lá por que motivo for, adoro pizza nos domingos à noite. E já se tornou habitual para nós dois.

No nosso primeiro domingo aqui em Paris, claro, saímos atrás de uma pizzaria. Ivan chegou a olhar na internet para ver qual seria a melhor, ou a mais próxima.

Fomos na que ele tinha selecionado. Segundo o trip advisor, a melhor pizza da redondeza....

Nem chegamos perto. De longe já vimos que era uma pizza delivery.  E fomos embora.

Pizza tem que ser saboreada na pizzaria, caso contrário perde muito do seu sabor. Podemos até comer em casa, requentada no micro-ondas, como já fizemos, mas aí é outra coisa. Não é pizza!
Seguimos adiante procurando uma pizzaria. Passamos por algumas. Todas fechadas. Eu não acreditava...será que aqui, as pessoas não comem pizza domingo à noite?

Não achamos nas redondezas e também estávamos com frio e cansados para procurar em outros lugares. Circulávamos por algumas ruelas do 13éme.

Acabamos comendo um crepe. Estava gostoso, mas não foi pizza.

No outro fim de semana, resolvi antecipar a pizza para o sábado. E aí, fomos um tanto quanto mais profissionais. Fomos até uma região que sabíamos que teria restaurantes abertos. Não é evidente que os restaurantes estejam abertos. Às vezes, abrem durante a semana e fecham durante todo o final de semana.



Procuramos uma pizzaria que já tínhamos ido em outra temporada - Del Papa – no Quartier Latin. A caminhada por lá é ótima. As ruas movimentadas, cheias de gente, muitos cafés, bares, restaurantes. Achamos a pizzaria  na rue de Buci, quase esquina com o Boulevard St. Germain. Lugar apertadinho, com muitas mesas e pouco espaço. Ficamos entre dois casais, um jovem francês e outro menos jovem, americano.


Conseguíamos escutar tanto a conversa de um, quanto a conversa do outro. Mas, o que mais me impressionou, não foi a conversa, foi a quantidade de pizza que o casalzinho francês, do meu lado esquerdo comeu! Casal jovem, apaixonado, cheio de energia, pediram duas pizzas, uma para cada um (na verdade aqui, as pizzas são individuais). Comeram. Achei que já estivessem saciados, quando eles pedem outra pizza...Saborearam, pagaram e saíram.  Devem ter ido gastar toda o carboidrato fazendo algo muito bom....

Enquanto comíamos fiquei observando o pizzaiolo. Um só. Incrível! Um só pizzaiolo para dar conta de toda aquela pizzaria. Ele fica logo na porta, à direita de quem entra. Fica num cubículo. Um forno, várias bolas de massa já pronta, todos os recheios em prateleiras. Um belo italiano! Ou francês? Nem suar o cara suava. Preparava as pizzas com um olhar longe. Tranquilo, calmo. Às vezes, até fazia um intervalo. Parava, colocava seu fone de ouvido e ouvia alguma coisa no seu smartphone. Não sei se bem se era música ou a voz da mulher amada, que dizia: “vem, vem logo!”

A @Del Papa existe em 3 endereços em Paris: na rue Buci, onde comemos, na avenue de Malakoff (16ème), e na rue du Faubourg St. Honoré.

Bom, as nossas pizzas estavam deliciosas. Porém, amiga Ana Flávia, não estavam tão boas quanto a da Valentina! E não creio que seja bairrismo! Não sou dessas coisas!

Outro dia, fomos na Su Misura (antigo Grissini). É um restaurante italiano no 7ème, Avenue Rapp, pertinho da Torre Eiffel, mas longe dos turistas. Não comi a pizza, mas Ivan disse que estava bem gostosa.



Pelo jeito, por aqui em Paris, nem todo domingo acaba em pizza. Morar fora, seja na cidade que for, é também mudar de hábitos! E vamos que vamos!

Quem quiser experimentar, fica a dica:




Comentários

  1. Que delícia esse seu blog Gi! Parece que estou ao telefone conversando e ouvindo suas histórias de Paris. Ótima oportunidade pra vc se dedicar ao seu talento literário. Um grande abraço.

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